Conheça quais são os tipos de alopecias, qual o melhor tratamento e como profissionais tricologistas podem se especializar.

Conheça os tipos de alopecias
A alopecia, conhecida popularmente como queda de cabelo, é uma condição que afeta muitas pessoas, impactando não apenas a aparência, mas também a autoestima e o bem-estar. Conhecer os diferentes tipos de alopecia é essencial para um diagnóstico preciso e um tratamento adequado, evitando condutas equivocadas.
O que é alopecia?
O termo alopecia refere-se à perda de cabelo ou pelos em áreas do corpo onde normalmente eles estariam presentes. A alopecia pode ser temporária ou permanente, atingindo pessoas de todas as idades e gêneros.
As causas de alopecia são variadas, incluindo fatores genéticos, hormonais, autoimunes, nutricionais, metabólicos, infecciosos e até mesmo comportamentais. A identificação do tipo específico de alopecia é essencial para determinar o tratamento mais adequado.
Classificação das alopecias
As alopecias podem ser classificadas de duas maneiras principais:
Quanto à extensão
Localizadas: Perda de cabelo restrita a áreas específicas do couro cabeludo ou do corpo, bem como sobrancelhas e cilios.
Difusas: Queda de cabelo generalizada, sem delimitação clara de áreas afetadas.
Quanto ao processo patológico
Cicatriciais (irreversíveis): São aquelas em que há destruição dos folículos pilosos, resultando em perda permanente do cabelo e formação de cicatrizes.
Não-cicatriciais (reversíveis): O folículo piloso não é destruído, permitindo a recuperação do crescimento capilar caso o fator desencadeante seja tratado.
Tipos de Alopecias não cicatriciais

As alopecias não-cicatriciais são aquelas em que os folículos pilosos permanecem intactos, possibilitando a reversão da queda de cabelo. Os principais tipos incluem:
Eflúvio Telógeno
O eflúvio telógeno é uma das principais causas de queda capilar difusa e transitória, caracterizando-se pelo aumento do número de fios que entram prematuramente na fase telógena (fase de repouso do ciclo capilar). Essa condição pode ser desencadeada por uma ampla variedade de fatores, incluindo eventos fisiológicos e patológicos que impactam a dinâmica do ciclo do folículo piloso, como pós-parto, dietas restritivas, cirurgias e doenças sistêmicas.
Dentre os principais gatilhos do eflúvio telógeno, destacam-se estresse severo, cirurgias, doenças febris, alterações hormonais, uso de certos medicamentos e deficiências nutricionais – especialmente de ferro, zinco, vitamina D e biotina. Clinicamente, o paciente percebe um aumento acentuado na queda dos fios, que pode se manifestar entre dois e quatro meses após o evento desencadeante.
Apesar do caráter alarmante da queda capilar, essa condição tende a ser autolimitada, com reversão espontânea dentro de um período médio de seis a nove meses, desde que a causa subjacente seja identificada e tratada. O acompanhamento por um tricologista ou dermatologista pode ser necessário para orientar medidas terapêuticas e nutricionais que acelerem a recuperação capilar.
Alopecia Androgenética
A alopecia androgenética (AAG), também conhecida como calvície padrão masculino ou feminino, é uma das formas mais comuns de queda capilar, afetando tanto homens quanto mulheres. Essa condição tem origem multifatorial, sendo influenciada predominantemente por fatores genéticos e hormonais.
Nos homens, a miniaturização progressiva dos folículos pilosos resulta no recuo da linha capilar nas regiões fronto temporal e no vértice, podendo evoluir para um padrão de calvície mais extenso, classificado segundo a escala de Norwood-Hamilton. Já nas mulheres, o afinamento dos fios ocorre de forma difusa, especialmente na região do topo do couro cabeludo, sem comprometer a linha frontal, sendo descrito pela escala de Ludwig.
O principal mediador da alopecia androgenética é o hormônio dihidrotestosterona (DHT), um metabólito da testosterona que atua diretamente nos receptores dos folículos capilares, reduzindo progressivamente sua espessura e ciclo de vida — a predisposição genética influencia a conversão da testosterona em DHT. O tratamento pode incluir medicações tópicas (minoxidil), inibidores da 5α-redutase (finasterida ou dutasterida, para homens) e terapias complementares, como mesoterapia, fotobiomodulação a laser e microagulhamento.
Alopecia Areata
A alopecia areata é uma condição autoimune caracterizada por perda capilar localizada, formando áreas arredondadas de alopecia no couro cabeludo ou em outras partes do corpo. Essa doença ocorre devido a uma desregulação do sistema imunológico, que leva à agressão autoimune contra os folículos pilosos.
A alopecia areata pode se manifestar de diferentes formas, incluindo:
- Alopecia areata em placas: perda de cabelo localizada em pequenas áreas do couro cabeludo.
- Alopecia areata total: perda completa do cabelo no couro cabeludo.
- Alopecia areata universal: perda total de pelos em todo o corpo.
Essa condição pode estar associada a fatores genéticos, disfunções da tireoide, vitiligo e estresse emocional. O tratamento pode incluir corticosteroides tópicos, intralesionais ou sistêmicos, além de imunomoduladores, como o tofacitinibe, um inibidor da JAK-quinase, que tem demonstrado eficácia em casos mais severos.
Eflúvio Anágeno
O eflúvio anágeno caracteriza-se por queda abrupta e intensa dos fios, geralmente ocorrendo de duas a quatro semanas após a exposição a agentes que comprometem a fase anágena (fase de crescimento) do ciclo capilar. Diferente do eflúvio telógeno, onde a queda ocorre meses após o evento desencadeante, no eflúvio anágeno os fios caem rapidamente e em grande quantidade.
As principais causas incluem:
- Quimioterapia e radioterapia, especialmente em tratamentos oncológicos.
- Exposição a substâncias tóxicas, como metais pesados.
- Intoxicações graves e infecções sistêmicas severas.
A interrupção do agente causador é fundamental para a recuperação capilar. No entanto, em casos de tratamento quimioterápico, a queda de cabelo é esperada, sendo frequentemente irreversível caso haja destruição total dos folículos pilosos.
O manejo clínico pode incluir terapias tópicas e orais, como minoxidil, antioxidantes e fatores de crescimento, além de suporte nutricional adequado para otimizar a regeneração capilar.
Tricotilomania
A tricotilomania é um transtorno psiquiátrico classificado no espectro dos transtornos obsessivo-compulsivos (TOC). Caracteriza-se pelo impulso incontrolável de arrancar os próprios cabelos ou pelos, resultando em áreas de alopecia de formatos irregulares.
Esse comportamento pode estar associado a fatores como ansiedade, depressão e eventos traumáticos, sendo frequentemente desencadeado por momentos de estresse emocional.
Os principais sinais da tricotilomania incluem:
- Fios quebrados em diferentes comprimentos no couro cabeludo, sobrancelhas ou cílios.
- Áreas de rarefação capilar com bordas irregulares, diferentes das alopecias autoimunes.
- Ausência de inflamação na área afetada, diferenciando-se da alopecia areata.
O tratamento envolve uma abordagem multidisciplinar, com foco na terapia cognitivo-comportamental (TCC), manejo do estresse e, em alguns casos, uso de medicações psiquiátricas, como inibidores da recaptação de serotonina (ISRS).
Tipos de Alopecias cicatriciais

As alopecias cicatriciais envolvem a destruição permanente dos folículos pilosos, levando à formação de cicatrizes e impossibilitando o crescimento de novos fios nas áreas afetadas. Alguns dos principais tipos são:
Alopecia Frontal Fibrosante
A Alopecia Frontal Fibrosante (AFF) é uma variante do líquen plano pilar e se classifica como uma forma de alopecia cicatricial primária. Caracteriza-se pela perda progressiva e irreversível dos folículos pilosos nas margens frontotemporais do couro cabeludo, podendo acometer também a região da nuca e sobrancelhas. A AFF é frequentemente observada em mulheres pós-menopáusicas, embora também possa afetar homens e mulheres mais jovens. O aumento nos casos sugere possível relação com fatores hormonais e ambientais.
Clinicamente, a doença apresenta uma recessão simétrica e progressiva da linha capilar, acompanhada por eritema perifolicular e hiperqueratose nas áreas de transição entre a pele saudável e a afetada. O diagnóstico é realizado por meio de exame clínico, dermatoscopia e biópsia do couro cabeludo. O tratamento inclui corticosteroides tópicos, imunomoduladores e inibidores da 5α-redutase, como a finasterida, com o objetivo de retardar a progressão da alopecia.
Líquen Plano Pilar
O Líquen Plano Pilar (LPP) é uma condição inflamatória crônica de origem autoimune que acomete os folículos pilosos e leva à sua destruição progressiva, culminando em alopecia cicatricial. A doença pode se manifestar de forma isolada ou estar associada a manifestações cutâneas do líquen plano.
A apresentação clínica inclui áreas de alopecia com eritema perifolicular, descamação e perda progressiva de cabelos. A dermatoscopia auxilia na identificação das características da doença, e a biópsia do couro cabeludo confirma a inflamação linfocítica ao redor dos folículos pilosos. O manejo terapêutico envolve o uso de corticosteroides tópicos ou intralesionais, além de imunossupressores sistêmicos em casos mais graves.
Alopecia Fibrosante em Padrão de Distribuição (FAPD)
A Alopecia Fibrosante em Padrão de Distribuição (FAPD) compartilha características clínicas e histológicas tanto do LPP quanto da alopecia androgenética. Sua principal característica é a perda capilar progressiva na linha central do couro cabeludo, seguindo um padrão semelhante à calvície feminina. No entanto, diferentemente da alopecia androgenética, a FAPD apresenta áreas bem delimitadas de alopecia cicatricial, acompanhadas por descamação perifolicular e inflamação crônica.
O diagnóstico é confirmado por exames clínicos, tricoscopia e biópsia, e o tratamento inclui o uso de anti-inflamatórios tópicos e inibidores da 5α-redutase.
Foliculite Decalvante
A Foliculite Decalvante é uma forma de alopecia cicatricial neutrofílica caracterizada por inflamação crônica ao redor dos folículos pilosos, resultando na sua destruição progressiva. A doença acomete predominantemente homens jovens e está associada à colonização bacteriana por Staphylococcus aureus. Existe uma resposta inflamatória exacerbada do organismo à bactéria, o que contribui para a destruição folicular.
Clinicamente, a foliculite decalvante se manifesta por pústulas foliculares, eritema e hiperqueratose perifolicular, principalmente no vértice e na região occipital do couro cabeludo. O tratamento envolve antibioticoterapia, anti-inflamatórios e terapia com laser para reduzir a inflamação.
Celulite Dissecante
A Celulite Dissecante é uma alopecia cicatricial inflamatória grave que está associada a doenças como hidradenite supurativa e acne conglobata. A condição afeta principalmente homens jovens e se manifesta por nódulos inflamatórios profundos, formação de abscessos e placas fibrosas no couro cabeludo, frequentemente levando à destruição folicular extensa.
O diagnóstico é clínico e pode ser complementado por biópsia. O tratamento inclui antibióticos, corticoterapia sistêmica e, em alguns casos, isotretinoína para controle da inflamação. Esse tipo de alopecia está dentro do espectro das doenças foliculocêntricas, junto com a hidradenite supurativa e acne conglobata
Alopecia Cicatricial Centrífuga Central
A Alopecia Cicatricial Centrífuga Central (ACCC) é uma condição inflamatória crônica que acomete principalmente mulheres negras de meia-idade. A doença tem evolução insidiosa e se inicia com uma perda capilar progressiva no vértice, que se expande de maneira centrífuga.
A patogênese exata da ACCC ainda não é completamente compreendida, mas acredita-se que fatores genéticos e inflamatórios desempenham um papel fundamental. O tratamento envolve corticosteroides tópicos, anti-inflamatórios e terapia a laser para controle da inflamação.
Lúpus Eritematoso Discoide
O Lúpus eritematoso discoide (LED) é uma manifestação cutânea do lúpus eritematoso sistêmico que pode afetar o couro cabeludo, levando à alopecia cicatricial. A doença se manifesta por lesões eritematosas, descamativas e atróficas, podendo acometer outras áreas da pele.
O diagnóstico é baseado em critérios clínicos e exames laboratoriais, incluindo biópsia do couro cabeludo para avaliação histopatológica. O tratamento envolve o uso de corticosteroides tópicos, imunossupressores e fotoproteção rigorosa para evitar o agravamento das lesões.
Foliculite Queloidiana da Nuca
A Foliculite Queloidiana da Nuca é uma forma crônica de foliculite que acomete principalmente homens negros jovens, caracterizando-se por pápulas inflamatórias que evoluem para cicatrizes queloidianas no couro cabeludo, especialmente na região occipital.
A etiopatogenia da doença não é completamente compreendida, mas fatores genéticos e traumas repetidos parecem estar envolvidos. O tratamento inclui antibióticos, corticosteroides intralesionais e procedimentos cirúrgicos para remoção das lesões avançadas.
Alopecia por Tração
A alopecia por tração é uma alopecia causada comumente por penteados que provoquem tração excessiva e por tempo prolongado. Se detectada no início, o cabelo pode crescer novamente. As primeiras manifestações são eritema perifolicular, afinamento e encurtamento da haste e redução da densidade capilar no local. Se a tração se prolonga por muito tempo, ocorre uma fibrose perifolicular e se instala a alopecia cicatricial. O uso de apliques, tranças apertadas e extensões capilares são fatores de risco comuns.
A identificação correta do tipo de alopecia é crucial para direcionar o tratamento adequado e evitar agravamento do quadro.
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